INÍCIO

   
A intenção deste projeto é oportunizar, através das linguagens do cinema e das Ciências Sociais, a construção de outras possibilidades de compreensão da infância e das crianças, junto aos profissionais que atuam na área da Educação e demais áreas que lidam com as questões sociais, políticas, jurídicas, etc. da infância.
O tema infância e criança têm, nas últimas décadas, exigido uma atenção especial das políticas públicas, notadamente a partir da promulgação dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, no Brasil e em grande parte do mundo, caracterizando um momento bastante diferenciado e de razoáveis modificações na concepção destas categorias sociais no âmbito da escola, da família, das mídias, entre outras.
Há muito pouco tempo atrás, na sociedade, e mesmo ainda hoje, as crianças e o período da infância eram (ou ainda são) vistos de forma socialmente negativa, pois são considerados “indivíduos incapazes” de compreender e contribuir com a realidade que os cerca, o que acaba por negar seus direitos de participação na sociedade.
 Assim, o que está hoje no centro do debate sobre a infância e as crianças contemporâneas e sua educação (escolar, familiar) é a discussão em torno das antigas e das novas concepções a respeito desses que hoje são considerados, pela lei, como cidadãos com direitos e deveres. A opção por trabalhar a infância através da linguagem do cinema enquanto recurso audiovisual que reproduz imagens da realidade ou cria imagens que levam à reflexão e abstração sobre essa mesma realidade, se justifica pelo fato de que o cinema pode se constituir em instrumento privilegiado na formação cultural que aproxima o ser humano da complexidade do mundo em que vive.
O cinema, portanto, é um veículo capaz de causar reflexão e a possibilidade de transformação, na medida em que integra as várias dimensões humanas – ética, política e estética – que implicam diretamente na maneira que expressamos nossas posturas cotidianas e políticas em relação às concepções de infância, de criança e de educação que - hoje o sabemos- são históricas, culturais e socialmente construídas.